

Maison Calendré
Troyes | 280 m² | 158.000€ sem IVA | ano de projeto 2018
NatalinNatalina da Costa, Frédéric Hérard, Stéphanie Mathilde | Lambert Façades | Mistri | Menuiserie Champenoise | Hingant | Olm | Masson | Crm Elec | Xavier Baldi
Troyes, sendo uma cidade cercada por florestas, historicamente desenvolveu uma arquitetura predominantemente em madeira. Estruturas em enxaimel, utilizando a técnica de enxaimel, tornaram-se o método de construção dominante. Essa técnica possibilitou a racionalização do uso de recursos, substituindo peças longas de madeira por outras mais curtas, facilitando a aquisição e a montagem.
Em 1524, um incêndio devastador que durou dois dias destruiu grande parte da cidade. Após esse desastre, o uso de madeira foi gradualmente reduzido em favor da pedra. No entanto, seu alto custo limitou o acesso à madeira às classes mais ricas.
Famílias modestas, por sua vez, reconstruíram casas com estrutura de madeira, conhecidas como casas calandradas. Essas construções mantiveram a estrutura de madeira, mas foram revestidas com um revestimento decorativo de carvalho ou madeira branca, simulando alvenaria. Esse tratamento incorporou molduras, pilastras e entablamentos, utilizando o vocabulário da arquitetura clássica, a fim de reproduzir sua aparência sem incorrer nos custos estruturais.
O projeto envolve a reforma de uma casa deste tipo, construída no século XIX e deliberadamente camuflada para se assemelhar a uma construção de pedra. O térreo, originalmente utilizado para fins comerciais, abrigava notavelmente um açougue — como evidenciado pelos antigos tanques de salga preservados na adega —, enquanto os andares superiores eram destinados a uso residencial.
O projeto visa criar um escritório de arquitetura no térreo com acomodações no andar superior. O trabalho realizado limitou-se à restauração de elementos arquitetônicos danificados ou distorcidos ao longo do tempo, com o objetivo de respeitar a edificação original.

Cortes






Planta Térrea

